sábado, 30 de junho de 2018

A estrela que caiu do céu

Eu me Chamo Arthur, na época do ocorrido tinha 10 anos, moro em uma cidadezinha no interior, estou escrevendo esse lembrete pois amanhã eu estou de partida para a faculdade em outra cidade, pois na minha não há, e meus pais estão de mudança para uma casa melhor, por isso estou deixando essa mensagem para o próximo que vier viver nessa casa, mais exato, o próximo que vier dormir nesse quarto e que achar esta mensagem. No dia 13/06/2010 eu estava no décimo quinto sono, era por volta de meia noite e meia, quando vi um clarão pela janela do meu quarto, e como eu tive curiosidade, quis saber oque havia acontecido, peguei a lanterna que ficava na cabeceira da minha cama e fui lá checar, descendo as escadas da minha casa, ouvi um barulho e me apressei para ir ver oque estava acontecendo, quando sai e dei a volta no quintal cheguei aos fundos, vi uma menina sentada, chorando. Ela me olhou veio em minha direção, eu fiquei imóvel, ela agarrou mim.
Gustavo Domingues 

sexta-feira, 22 de junho de 2018

O mal em mim.

A noite fria era perceptível, com os pingos de chuva caindo sobre a janela aparentemente embaçada do grande apartamento. Do lado de dentro, eu estava como sempre fico em dias frios, apenas com uma coberta aveludada no sofá enquanto lia um livro e sentia o calor aconchegante vindo da lareira acesa. O silêncio do ambiente foi interrompido com o estrondo da porta se abrindo e a figura dela. Ela estava tirando seu casaco de frio pesado e pendurando-o ao lado da porta. Veio até mim, deitando sobre meu colo e entrando junto a mim nas cobertas. Eu tocava seus cabelos escuros bagunçados enquanto ela parecia estar relaxada com seus olhos fechados e sua testa franzida como sempre fazia quando estava pensativa demais com algo. Provavelmente foi um grande dia.  
  —No que está pensando? - pergunto e ela abre os olhos vagarosamente enquanto se arrumava de modo que pudesse me olhar.  
  —Hoje o dia foi difícil... A consulta com a psicóloga não foi muito boa, com ela me tratando como se eu fosse um bebê, mesmo sabendo que não gosto de ser tratada assim. Sou uma paciente adulta, com alguns problemas a mais que os outros, e não uma criança que precisa de cuidados vinte e quatro horas por dia. - A garota disse terminando com um leve revirar de olhos.  
 Era sempre assim com suas consultas às psicólogas. Ela já foi em vários diferentes e ainda assim, nenhum deles pareceu ser "adequado" para seu caso. Às vezes, eu era sua psicóloga, a melhor, segundo ela. 
—Ela cuida de você, e está tudo bem agora. Já faz um tempo que você não tem qualquer surto ou algo do tipo. Apenas deixe que ela cuide de você. São só algumas horas. - Disse, tentando passar tranquilidade.  
—É, talvez... Acho que eu posso aguentar isso por mais algum tempo. - Sorriu e se levantou, sentando ao meu lado com sua cabeça em meus ombros. 
O cheiro de flor de lótus emanava de seus cabelos. Suas mãos com as unhas sempre grandes e pintadas de cores discretas pousavam sobre as pernas por cima da calça de couro. Me sentia aliviada pois, depois de tanto tempo, ela estava ali, realmente ali e isso fez-me sentir viva novamente.  
—Sabe o que me lembrei? Foi em um dia com esse que nos conhecemos. - Disse de forma serena e levantou seu rosto para me olhar com um leve sorriso nos lábios 
—Sim, eu me lembro bem. Como me esqueceria de um dos seus maiores surtos? Ainda por cima comigo! Eu apenas passei por você! - Nós duas rimos de forma descontraída. Sabíamos que isso era normal, ainda mais para pessoas como nós.  
—Sei que deveria, mas não me arrependo de ter tido aquele "pequeno" ataque. Te conheci assim. Nosso jeito completamente descontrolado nos aproximou e nos tornou o que somos hoje. Não me arrependo de ter te conhecido. Mesmo que de um jeito um tanto quanto, diferente. - Disse com um grande sorriso nos lábios que foi prontamente correspondido por mim.  
Mesmo com nosso jeito e com nossos surtos que os outros consideram estranhos, nos encontramos ali, nos encontramos dentro de nós mesmas e nos fizemos sentir como nunca antes, em casa. Minha mente insana se sentia extremamente confortável assim como meu corpo se sentia da mesma forma ao seu lado.  
Casa, uma palavra tão curta e que significa tanto... Ela, ela era a minha casa, pois, só com ela eu me sentia livre para ser o que eu quisesse sem julgamentos e sei que a garota se sentia da mesma forma ao meu lado.  Quando dei por mim, seu rosto estava mais perto, tão perto que era possível sentir sua respiração sobre a minha pele. Nossos rostos chegaram cada vez mais próximos e, quando percebi, havia acordado de meus devaneios. 
O que estava pensando? Ela morreu. Morreu a tanto tempo... Tempo demais. Meus demônios a matara. Ela era a minha casa... Mas eu nunca me senti completamente bem em casa, ou foi isso que eles me fizeram acreditar.  
Agora, de pé na sala do apartamento completamente frio, sem o calor da lareira ou de qualquer coisa que mantinha meu corpo aquecido, me pego olhando aquela foto, aquela maldita foto tirada no dia antes do ocorrido, parecíamos tão felizes... Ou não? Nós éramos felizes! Não somos mais.  
Sinto que eles estão voltando para me assombrar como todas as noites. Eles me fazem sentir-me culpada pelo que fiz. Não consigo. Não aguento mais me sentir isso. Sinto-me culpada por mesmo depois de tudo, ainda querê-la ao meu lado.  
Mas eles me assombravam como os monstros embaixo da cama das crianças. Porém, diferente delas, não tenho medo desses demônios, eles são meus e não irei mais fugir. Não irei correr. Deixarei que eles me consumam por completo. Com um único fósforo em minha mão e com a casa com gasolina o suficiente, o acendi 
Não queria mais me sentir culpada. Ela não está ali e eu nunca mais irei vê-la, nunca. As chamas me consumirão junto a esses sentimentos incontroláveis dentro de mim. Eu venci meus demônios, me destruí antes que eles o fizessem. Talvez eu já estivesse morta por dentro, afinal, perdi a única coisa que me mantinha completamente viva, perdi todo o resto de humanidade que ainda existia em mim. 
E depois de tudo destruído, não havia mais culpa ou remorso, mas um sentimento continuou. Algo forte o bastante para aguentar o calor das chamas. Um sentimento que ultrapassou o corpo, sentimento esse que nunca sumirá e estará sempre marcado. 
O amor que lá existira. 

A Garota Que Sujou Meu Tênis

O amontoado de pessoas correndo para chegarem em seu local de trabalho, faculdade ou colégio. Usavam terno, gravata, uniforme e roupas casuais. Sempre apressados, cansados, pontuais ou atrasados, nunca tendo tempo para descanso ou para diversão com a família. Eu já não, tenho tempo de sobra, mas ninguém para passar esse tempo comigo, então me tornei uma observadora, sentada em um banco simples de madeira, na rua principal do centro, um bom lugar para olhar o movimento, ainda mais se for em horário de almoço, uma correria imensa. Hoje algo horrível aconteceria, um acidente que acabaria com tudo isso. Olhei meu relógio de pulso, o acidente aconteceria às 13:00 e ainda eram 12:50. Um casal se aproximava do trevo, consegui vê-los ao longe. Olhei para a rua da esquerda, nada ainda. Observei o homem gentil da loja de doces limpando a vitrine, era um ótimo dia. O sol brilhava, era sexta-feira, algumas pessoas andavam pela praça com seus animais, realmente um dia muito bonito. Conferi o horário, 12:59. Olhei para a praça e me levantei. A garota já estava lá, atravessando a rua. Ouvi o ônibus, sem controle. Corria, sem freios. A garota olhou, tarde demais. 13:00. O ônibus bateu contra ela, jogando-a longe e parou ao bater em um grande prédio, que ainda estava em construção. 13:05 já era possível ouvir a ambulância e a polícia. O corpo da garota, ainda com vida, estava em meus pés, sangrando. O vermelho vivido de seu sangue sujava meu tênis branco. Me abaixei e acariciei os cabelos dela, tão inocente, tendo tanto para viver. Seus olhos estavam abertos, me observando assustada.
      Fui junto com ela para o hospital, não podia deixá-la agora, pois sobreviveria. Segurei sua mão, estava fria e quase sem cor, perdera muito sangue. Vi um sorriso se formando para mim, até que seus olhos se fecharam.
Natália - 9A

O que estou fazendo da minha vida?

A chuva caía, eu precisava de um abrigo, entrei em uma biblioteca que ficava entre a escola e minha casa. A escola ia bem, mesmo eu não gostando tanto assim dela, mesmo tendo um monte de amigos, me sentia vazia, era uma coisa estranha parecia que ninguém me entendia, falam que isso é comum na minha idade.
-É a adolescência!
Enquanto a chuva caía, fui me distrair com os livros, eu amo livros admiro os escritores, eles conseguem colocar tudo o que sentimos em folhas e mais folhas, os poetas são os melhores, conseguem transformar amor e ódio em versos com uma facilidade que é tão gostoso de ler! Enquanto a chuva e desmanchava pelo céu, eu
escutava música, e pensava: “Meu Deus o que estou fazendo da minha vida?” respirei fundo evi que nem eu sabia. Apenas vivia, na rotina, esperando que algo ou alguém viesse me salvar.
Mas no final das contas não sabia o que fazer. A chuva se tornava bonita, parece que ela me entendia, me entendia mais do que as pessoas que estavam do meu lado.
Não sei, mas me sentia desconfortável perto dos meus colegas, eles estavam sempre me julgando, “nossa seu cabelo” está isso, “sua roupa aquilo” e os professores me cobrando coisas como meu futuro na faculdade “isso vai cair no ENEM” ou o que eu devia fazer e deixar de fazer.
Aquilo me sufocava de um jeito, sabia que não era a intenção deles me causar isso, então eu aguentava para a satisfação de todos.
Continuava a procura de um livro, olho no meu celular encontro uma mensagem,  minha mãe:
-Oi bebê, onde você está? Estou preocupada!
Respondo-a:
-Estou na biblioteca, esperando a chuva passar. Minha mãe é a pessoa mais maravilhosa que eu conheço, sempre está feliz, mesmo com as dificuldades, o abandono, as tristezas, ela sempre está com o sorriso no rosto, sempre me
ajudando a levantar, mesmo estando caindo. A chuva para, me despeço dessa maravilhosa biblioteca que me fez pensar o que eu estou fazendo da minha vida.
Chegando em casa, minha mãe se levantou e abriu os braços como se me chamasse para um abraço, corri para abraçá-la sem medo de ser feliz e tranquila por me sentir completamente em casa.
No fim das contas aprendi que uma das coisas que me falta é compreensão, na verdade não só em mim, mas no mundo. Entender o outro lado e não deixar levar pelas diferenças, estar aberto ao novo, ao inovador.
Eu ainda não sei o que fazer da minha vida, mas sei que dela eu vou fazer o melhor possível.

Sara Nunes

Conto

Dia 22 de junho de 2005

Há alguns momentos na vida que são importantes. Nós nunca saberemos ao certo quais serão esses momentos, sabemos apenas, quando lhes damos a devida importância antes de acontecerem. Nesse tempo, nossas mãos tremem e o corpo sua, é horrível. Pode ser uma entrevista de emprego ou o resultado de uma prova, mas infelizmente os momentos mais importantes são aqueles inesperados, aqueles nos quais seus olhos se arregalam com a surpresa e suas mãos tremem da mesma maneira, mas dessa vez não é de ansiedade e sim de desespero.
Você tenta manter a calma e evitar lágrimas nos olhos, é engraçado, pois sempre tentamos evitar esse sentimento de angústia, "respire fundo, vai ficar tudo bem" eles dizem. Mas você sabe que não vai.
De fato, os maiores acontecimentos da minha vida foram aos 14 anos. Quando meu cachorro, que havia sido adotado naquela mesma tarde, morreu. Ainda me lembro do sentimento de culpa que senti, quando vi vários de seus órgãos espalhados por baixo do pneu e segundos depois por toda estrada. O filho da puta nem sequer olhou para trás para saber do que se tratava aquele "obstáculo" no meio da pista.
Sem pensar duas vezes, peguei o corpo dele e trouxe para meu porão. Ele estava estraçalhado, eu tinha que consertar aquilo. Eu tinha que consertar.
Eu tenho que consertar isso!!
Peguei a enorme lista telefônica e liguei para um cara que empalhava animais no bairro, ele me propôs fazer o trabalho sozinho, mas seria injusto com ele. Pedi ao homem que me ensinasse, eu queria fazer aquilo.
Com as mãos ainda trêmulas comecei o processo. Naquele momento,  não sentia mais nada,  nem pena, nem tristeza, nem felicidade, nada. Minhas mãos se moviam e eu sentia sua pele macia com meu tato, mas como uma porta trancada na qual nenhum facho de ar poderia passar, minha mente e as memórias nas quais provavelmente me fariam desmoronar ali mesmo, estavam todas trancadas.
Eu apenas continuava indo, continuava me movendo, continuava respirando, mas naquele momento eu não tinha vida. De fato, esse poderá ser um momento importante um dia, de que isso importa afinal? Momentos e mais momentos... importantes ou não, a vida apenas continua seguindo.
Continuei o processo para empalhar seu corpo. Confesso que ao ver parece cruel, religiosos diriam que é um dos mais cruéis dos pecados,  afinal, todos nós somos pecadores.  Eu já havia colocado seu corpo em estado de congelamento no dia anterior, foram as 24 horas de maior angústia da minha vida, mal conseguia respirar. Com muito cuidado, fiz um corte em sua barriga para remover a pele, não citarei detalhes, essa não é minha intenção. 5 horas depois finalizei, sorri aliviado, valeu a pena todo o esforço. Coloquei o corpo em seu devido lugar, foi gratificante.
Coloquei a xícara na mão dela e arrumei seus cabelos. Geralmente nessas horas eu pensaria no quão cruel e extraordinária é a vida, mas daquela vez era diferente, só consegui pensar no quão horrível é a morte. Nos tirar algo que amamos tanto, tornando em poucos segundos apenas carne podre e sem vida.
Porém, ela estava viva novamente, esse é o lado bom da morte. Conforme o tempo passou, descobri o poder na morte, eu poderia ter eles comigo pra sempre, e nunca teria um fim. Mesmo que vindo de um momento de desespero, descobri uma das coisas mais fascinantes do mundo, o controle sobre alguém.
Anos já se passaram e ela continua aqui comigo, não, não estou falando do meu cachorro mais, parei de falar dele no terceiro parágrafo.

-Boa noite mamãe.
Emily Domingues  - 9ºA

quarta-feira, 13 de junho de 2018

CONTO

O dia raiou
Sol quente lá fora
E eu só queria chegar no colégio para vê-lo, ver seu sorriso, ver seu olho brilhando quando olhava para mim, era dia de dar as risadas mais intensas junto a ele, dia da festa de aniversário do nosso amigo.
Fiquei ansiosa para a hora do intervalo, mas sabia que não ia fica com ele porque  ficaria com o Rafael, bateu o sinal para ir para casa e fui alegre pensando na roupa que usaria na festa. Passei meu melhor perfume, vesti minha melhor roupa, cheguei à festa, ele não estava lá, FIQUEI sentada mexendo no celular,  escutei um " dae mano" era a voz dele, abri um sorriso, ele cumprimentou todo mundo e por último me deu um beijo, um beijo maravilhoso, sentamos e conversamos sobre nosso dia, ele olhava pra mim como nunca olhou antes " você está linda", disse ele,  sorri com um dos meus melhores sorrisos, e falei que ele estava Lindo como todos os dias, "ELE CHEGOU" ouvi alguém falando, levantamos, fomos nos esconder para surpreender Rafael, afinal, era uma festa surpresa.
Umas das melhores reações que já tinha visto, todos os meninos pularam na cama e esmagaram o aniversariante.
Diego pegou na minha mão, me levou lá para fora, cantamos parabéns e voltamos para dentro, ele me levou pra um quarto, fechou a porta, nos beijamos loucamente, como duas pessoas apaixonadas,  que há anos não se beijavam, com uma música do gênero rap de fundo, conhecia a música e comecei a beijá- lo conforme a música, ele me colocou contra a parede, tirou minha camiseta, sorri tirando sua roupa,  queria o corpo dele colado ao meu, sentei na cama, olhei para ele, que estava nervoso, seria nossa primeira vez, fiquei parada olhando para ele, pensando como era perfeito para mim, e eu para ele, eu era seu livro favorito, ele me leria com sua boca, sem deixar nenhuma folha para trás, procurando a  página favorita, no ponto macio entre minhas pernas. Alguém bate na porta, ficamos assustados,  larguei-o na hora e ele de mim, nos vestimos e abrimos a porta, eu estava descabelada, ele me ajudou a arrumar e saímos de mãos dadas, felizes como se nada tivesse acontecido, e deixamos o quarto livre para o outro casal, que bateu na porta, já estava no meu horário, 10 horas tinha que estar em casa, ele me levou até a frente da minha casa, me deu um beijo,  disse que eu era o mundo dele e me amava muito, "me amava mais que suco de uva", entrei e fui direto pro banho ...
"MAYLI! MAYLI!!"
 Acordei com minha mãe gritando, eu já estava atrasada , desci para tomar café.
- Bom dia, filha, dormiu bem?
- Bom dia, mãe, sim e a senhora?
Tudo não passou de um simples sonho.
Levantei, fui para o colégio, e fiquei olhando para ele como todos os dias, ele beijando e abraçando a namorada como se ela fosse o mundo dele.

kamyli Cristine