A chuva caía, eu precisava de um abrigo, entrei em uma biblioteca que ficava entre a escola e minha casa. A escola ia bem, mesmo eu não gostando tanto assim dela, mesmo tendo um monte de amigos, me sentia vazia, era uma coisa estranha parecia que ninguém me entendia, falam que isso é comum na minha idade.
-É a adolescência!
Enquanto a chuva caía, fui me distrair com os livros, eu amo livros admiro os escritores, eles conseguem colocar tudo o que sentimos em folhas e mais folhas, os poetas são os melhores, conseguem transformar amor e ódio em versos com uma facilidade que é tão gostoso de ler! Enquanto a chuva e desmanchava pelo céu, eu
escutava música, e pensava: “Meu Deus o que estou fazendo da minha vida?” respirei fundo evi que nem eu sabia. Apenas vivia, na rotina, esperando que algo ou alguém viesse me salvar.
Mas no final das contas não sabia o que fazer. A chuva se tornava bonita, parece que ela me entendia, me entendia mais do que as pessoas que estavam do meu lado.
Não sei, mas me sentia desconfortável perto dos meus colegas, eles estavam sempre me julgando, “nossa seu cabelo” está isso, “sua roupa aquilo” e os professores me cobrando coisas como meu futuro na faculdade “isso vai cair no ENEM” ou o que eu devia fazer e deixar de fazer.
Aquilo me sufocava de um jeito, sabia que não era a intenção deles me causar isso, então eu aguentava para a satisfação de todos.
Continuava a procura de um livro, olho no meu celular encontro uma mensagem, minha mãe:
-Oi bebê, onde você está? Estou preocupada!
Respondo-a:
-Estou na biblioteca, esperando a chuva passar. Minha mãe é a pessoa mais maravilhosa que eu conheço, sempre está feliz, mesmo com as dificuldades, o abandono, as tristezas, ela sempre está com o sorriso no rosto, sempre me
ajudando a levantar, mesmo estando caindo. A chuva para, me despeço dessa maravilhosa biblioteca que me fez pensar o que eu estou fazendo da minha vida.
Chegando em casa, minha mãe se levantou e abriu os braços como se me chamasse para um abraço, corri para abraçá-la sem medo de ser feliz e tranquila por me sentir completamente em casa.
No fim das contas aprendi que uma das coisas que me falta é compreensão, na verdade não só em mim, mas no mundo. Entender o outro lado e não deixar levar pelas diferenças, estar aberto ao novo, ao inovador.
Eu ainda não sei o que fazer da minha vida, mas sei que dela eu vou fazer o melhor possível.
Sara Nunes