quarta-feira, 20 de junho de 2012

Fala sério!!!!

O relacionamento de mãe e filha não é nada fácil,  imagine então quando se é adolescente, os problemas triplicam!!! As mães nunca entendem as filhas, que querem ser livres, rebeldes. É desse delicado tema o livro de Talita Rebouças, "Fala sério mãe", que além de tudo tem uma linguagem jovem, ou melhor usa a linguagem do adolescente.
A autora tem quase uma série de "fala sério", (fala sério pai, fala sério professor...) todos muito bem humorados e com a visão do jovem da complicada fase da adolescência.
A história começa quando a personagem ainda estava na barriga da mãe, nessa fase e na fase bebê, é narrada pela mãe, quando a menina se torna uma bela adolescente, ela passa a narradora. E a protagonista passa por várias fases, menstruação, tpm, primeiro beijo e primeira vez.
A autora de "tudo por um namorado", se deixa levar e nos encanta com uma das relações mais complicadas,  cheias de brigas, mas com muito amor. Coisa que o filho só entende quando passa a ser mãe.

Antes de nascer o mundo


Casos de loucura são comuns na literatura, podemos citar Guy de Maupassant, com vários personagens loucos e aqui no Brasil, “O alienista” de Machado de Assis, é o caso mais famoso de loucura na literatura. Define-se loucura como a obsessão por algo, alucinações. Sendo assim, pode a perda de um amor fazer um homem romper com a realidade? Perder a noção do que é o presente e do que foi o passado? É o que acontece em “Antes de nascer o mundo” de Mia Couto, em que o protagonista Mwanito, tem um pai com atitudes que beiram a loucura.

Um livro com uma linha tênue entre prosa e poesia, pois conta com maestria, e muito lirismo, a história desse menino, que não conheceu a mãe e que é levado, pelo pai, junto com um tio e um irmão para um lugar deserto e desabitado, nomeado Jerusalém. O pai, em estado de demência, quer criar um novo mundo, proclama que não existe mais civilização, que eles são os últimos habitantes da terra. Reféns das atitudes insanas do pai estão os dois irmãos, que sofrem, sonham em sair de Jerusalém e voltar à cidade.

A certa altura, aparece uma mulher, Marta, que desestabiliza ainda mais os moradores do lugar. Mwanito nunca havia visto uma mulher, seu irmão apaixona-se, o pai odeia a visitante, odeia todas as mulheres.

A história de Marta, que procura pelo marido, e dos habitantes de Jerusalém se entrelaçam, entre lembranças e delírios Mia Couto conta a história desses moçambicanos que por um amor perdido têm suas vidas alteradas, destruídas.

Incertezas!!!


A receita de Machado de Assis é infalível: traição, pessimismo, triângulos amorosos, ironia. Digno de qualquer produção contemporânea, “Dom Casmurro” conta a história de Bentinho, Capitu e Escobar. Triângulo amoroso, que se torna mais interessante pela incerteza da traição. Por ser em primeira pessoa, tem todo o peso da imparcialidade, de ser narrado por um homem fraco, inseguro, desconfiado, que conta os fatos de acordo com sua visão, leitores desavisados condenarão a esposa, mas é preciso um segundo olhar, uma análise mais cuidadosa desse narrador/personagem, que transtornado pela ideia de traição, descreve uma Capitu dissimulada.

 Obsessivo com a ideia de traição, Bentinho torna-se um homem amargo, rancoroso, sem amigos, incapaz de amar o próprio filho. Quando o amigo, e possível amante, Escobar, morre no mar, Capitu se descontrola e chora muito, fato que, para o protagonista, torna-se a certeza do adultério. A dúvida, que se instala também nos leitores, é a grande protagonista, pois se houvesse a certeza do envolvimento entre Escobar e Capitu, o livro não seria uma das melhores histórias do século XX.

Considerado um dos melhores romances de Machado, em sua segunda fase, Dom Casmurro, sobrepõe-se ao momento histórico e exerce um fascínio permanente, pois pela trama em que são envolvidos os personagens tornou-se uma obra atemporal.