quarta-feira, 20 de junho de 2012

Antes de nascer o mundo


Casos de loucura são comuns na literatura, podemos citar Guy de Maupassant, com vários personagens loucos e aqui no Brasil, “O alienista” de Machado de Assis, é o caso mais famoso de loucura na literatura. Define-se loucura como a obsessão por algo, alucinações. Sendo assim, pode a perda de um amor fazer um homem romper com a realidade? Perder a noção do que é o presente e do que foi o passado? É o que acontece em “Antes de nascer o mundo” de Mia Couto, em que o protagonista Mwanito, tem um pai com atitudes que beiram a loucura.

Um livro com uma linha tênue entre prosa e poesia, pois conta com maestria, e muito lirismo, a história desse menino, que não conheceu a mãe e que é levado, pelo pai, junto com um tio e um irmão para um lugar deserto e desabitado, nomeado Jerusalém. O pai, em estado de demência, quer criar um novo mundo, proclama que não existe mais civilização, que eles são os últimos habitantes da terra. Reféns das atitudes insanas do pai estão os dois irmãos, que sofrem, sonham em sair de Jerusalém e voltar à cidade.

A certa altura, aparece uma mulher, Marta, que desestabiliza ainda mais os moradores do lugar. Mwanito nunca havia visto uma mulher, seu irmão apaixona-se, o pai odeia a visitante, odeia todas as mulheres.

A história de Marta, que procura pelo marido, e dos habitantes de Jerusalém se entrelaçam, entre lembranças e delírios Mia Couto conta a história desses moçambicanos que por um amor perdido têm suas vidas alteradas, destruídas.

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