Casos de loucura são comuns na literatura, podemos citar Guy de
Maupassant, com vários personagens loucos e aqui no Brasil, “O alienista” de
Machado de Assis, é o caso mais famoso de loucura na literatura. Define-se
loucura como a obsessão por algo, alucinações. Sendo assim, pode a perda de um
amor fazer um homem romper com a realidade? Perder a noção do que é o presente
e do que foi o passado? É o que acontece em “Antes de nascer o mundo” de Mia
Couto, em que o protagonista Mwanito, tem um pai com atitudes que beiram a
loucura.
Um livro com uma linha tênue entre prosa e poesia, pois conta com
maestria, e muito lirismo, a história desse menino, que não conheceu a mãe e
que é levado, pelo pai, junto com um tio e um irmão para um lugar deserto e
desabitado, nomeado Jerusalém. O pai, em estado de demência, quer criar um novo
mundo, proclama que não existe mais civilização, que eles são os últimos
habitantes da terra. Reféns das atitudes insanas do pai estão os dois irmãos,
que sofrem, sonham em sair de Jerusalém e voltar à cidade.
A certa altura, aparece uma mulher, Marta, que desestabiliza ainda mais
os moradores do lugar. Mwanito nunca havia visto uma mulher, seu irmão
apaixona-se, o pai odeia a visitante, odeia todas as mulheres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário